quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Simplesmente, não vi Clarisse.



Já é a segunda vez que tento assistir à peça da Clarice Lispector e não consigo. Na primeira vez, minhas quatro amigas_ numa conjunção astrológica obviamente desfavorável a mim_ me deram bolo (nutricionista é fogo!). Eu lá no CCBB, sozinha e gripada dei meia-volta e fui pra casa. Nesses dias em que tudo vai contra minhas pretensões, acho o aconchego do meu lar o lugar mais seguro para se estar. Mesmo porque, esses dias costumam ser aqueles em que algum carro te dá um banho de lama ou você é o único assaltado num ônibus cheio.

Ontem, mais uma vez, marcamos as 4. Todas compareceram (ufa!) e, desta vez, ao invés de levar bolo, eu comi um de chocolate delicioso. Ficamos no café do Paço fazendo planos para o caso do mundo acabar em 2012. Papo muito doido... Aliás, ninguém pensou nisso quando decidiu fazer as olimpíadas aqui em 2016. Vamos combinar que é importante o Rio ainda existir para que aconteçam os jogos... Baboseiras à parte, perdemos tanto tempo rindo disso que esquecemos de comprar ingresso pra peça! Duas do quarteto foram embora (as casadas) e as solteiras foram pro CCBB faltando 1h pra peça começar. Claro que no lugar de ingressos, havia vagas disponíveis na fila de espera de 30 pessoas. Esquece. Não é pra ser... Clarisse, querida, vou ficar com os livros!

Lembramos que o Festival do Rio ainda não havia terminado e, já que estávamos no centro, resolvemos conferir o que estava rolando no Odeon. Não custa nada... E não custou mesmo! Assim que paramos em frente à bilheteria, um rapaz simpático nos ofereceu um convite duplo para entrar no cinema. Ele havia ganho o convite, mas não poderia ficar. Aaaaahhhh, isso sim é sorte! Eu que estava gripada de novo (será que tenho alergia à Clarisse?!), nem reparei que o senhor que nos conduziu para o andar superior do cinema era da organização do evento, ele estava trabalhando na promoção de um dos filmes. De repente, ele senta na poltrona atrás de mim e nos pergunta:

_ Vocês vieram assistir “O príncipe encantado?”. E eu:

_ Não. Na verdade, nós estávamos paradas em frente ao cinema e ganhamos o ingresso. Nós não sabemos nada dos filmes.

Minha amiga caiu na gargalhada e o cara, rindo, me disse:

_ Você é bem cara de pau, hein...

Eu fiquei rindo, na minha lerdisse gripal, e só depois entendi a dimensão da piada. Ficar andando por aí com febre deixa a gente meio sequelada mesmo.

“O príncipe encantado” é um curta de Sérgio Machado, o mesmo de “Cidade baixa” . Apesar de ter perdido a parte inicial da história, gostei da versão prostituta-matadordealuguel de happy end. Uma visão realista, bastante humana e interessante de contos de fadas. Comovente.

O “Antes que o mundo acabe”, de Ana Luíza Azevedo, me pegou de surpresa. É a história de um adolescente do interior do Sul do Brasil que tem um pai morando na Tailândia, uma namorada linda e um melhor amigo. Ele se divide entre o triângulo amoroso e a curiosidade sobre o pai que ele nunca conheceu. Destaque pro padrasto gente boa e para irmãzinha bisbilhoteira que arranca do público algumas gargalhadas. A história é singela e criativa. Sai do cinema com um sorriso no rosto. Senti saudades da minha adolescência...

Não deu pra esticar o sábado à noite. A cama e o anti-gripal me chamavam...


Nenhum comentário:

Postar um comentário